Oração de sapiência

É do professor de Neurocirurgia na Faculdade de Medicina de Lisboa: João Lobo Antunes.
Encontrei-a na página final (p. 73) do seu livro A Nova Medicina.

Porque considero esta oração de sapiência (proferida há 15 anos), um reforço positivo para quem procura "examinar tudo e reter o bem", sobretudo neste ano que alguém considerou de "annus horribilis", aqui está para que nos energetizemos:

"Saber escolher e saber educar, mulheres e homens dedicados e íntegros, imbuídos do sentido do dever e do sacrifício, corajosos na luta, humildes na vitória, inconformados na derrota, devotados à verdade e à excelência intelectual, dotado de sentido de humor e das conveniências, aptos a trabalhar em harmonia com os outros - iguais ou diferentes - , tudo isto temperado por uma profunda compaixão e, porque não dizê-lo, já que isto é para mim, o segredo do bom médico, possuídos de amor pelo próximo, e animados por uma viva curiosidade pela sua diversidade biológica."

A nova medicina

Paramos um pouco nesta aventura pelo rio da vida.
Sentados na margem, eu perguntei-lhe:

- Que lês?
- A Nova Medicina, de João Lobo Antunes.

Aproximei-me e, na página 10, li as seguintes palavras assinaladas a lápis:

"não sei o que nos espera, mas sei o que me preocupa: é que a medicina, empolgada pela ciência, seduzida pela tecnologia e atordoada pela burocracia, apague a sua face humana e ignore a individualidade única de cada pessoa que sofre, pois embora se inventem cada vez mais modos de tratar, não se descobriu a forma de aliviar o sofrimento sem empatia ou compaixão".

Quando mente e coração se olhavam olhos nos olhos, pensei: Não é possível chegar aqui sem a dimensão do Espírito.

Meus olhos voaram para a página seguinte que confirmou o meu raciocínio:

"reconheço a necessidade de manter uma vigilância constante, pois não é possível reduzir a doença a uma questão solúvel apenas por esta tecnociência hegemónica que reduz cada doente a um caso, e ignora a dimensão psicológica, espiritual e até religiosa".

Entreolhamo-nos.
Ele sorriu e escreveu a sua (ou nossa?) palavra enigmática.

Inspirado...

... ou "pirado"?

Ontem de manhã, viajamos para a IASDB, com as duas netas. De repente, o condutor, dirigiu a palavra às miúdas:

- Ó X, é verdade que um dia vais descobrir que, no sábado, há uma energia especial que vem do Céu à Terra? E que a M vai ser a jornalista que vai dar essa notícia?


Porque o"silêncio pensava", o "inquiridor visionário", insistiu:
- X, qual é o teu comentário?
- Não sei - respondeu X.
- M?
- Também não sei.
- E achais que eu sei?
- Não - responderam ambas.

Brincadeira séria de um avô que por vezes parece (ins)pirado.

Beber e comer

Em jeito de brincadeira séria, assim começamos:

- Quer comais ou bebais...
- fazei tudo para glória...
- do Criador dos Céus e da Terra - concluo eu, tu, ele...

Convidado, eu estive lá, na IASDB, no sábado à tarde e no domingo, de manhã.

Porque o programa harmonizava com as minhas áreas mais sensíveis - educação e saúde - fiz questão de estar lá de corpo e alma.

Desfrutei, parabenlizei, agradeci e recomendo.